Coluna do Victor

Nessa semana, mais precisamente na terça-feira, foi "comemorado" o fato de restar dois anos para as Olimpíadas de 2012, em Londres. Por lá, as coisas vão bem. O estádio Olímpico está praticamente pronto, assim como o parque aquático, o velódromo, a Vila Olímpica e a arena que abrigará as competições de basquete e handball. O foco dos organizadores agora se torna para as questões operacionais do evento (transporte, segurança, ingressos para o evento), já que as instalações esportivas foram quase todas resolvidas.

Estádio Olímpico (direita, cima) e parque aquático (esquerda) estão praticamente prontos.

Fiz menção à organização das Olimpíadas para fazer uma comparação com a organização da Copa de 2014, no Brasil. Nosso cronograma de obras está notoriamente atrasado, como foi exposto pela imprensa e no relato de Jerome Valcke, secretário-geral da FIFA, relato este que foi feito em maio. Não sabemos onde será disputada a partida inaugural da Copa e se São Paulo terá o Morumbi como seu estádio ou terá que construir outro (!) para sediar os jogos do evento. A preocupação se estende também à infraestrutura do país, como aeroportos e meios de transporte público.

Para se ter uma idéia de como estamos atrasados, o Soccer City, estádio da final da Copa do Mundo desse ano, já estava em construção em 2006, e mesmo assim, só foi estar totalmente pronto pouco menos de um mês antes do evento começar.

Soccer City foi inaugurado oficialmente no dia 2 de junho; Copa começou no dia 11 do mesmo mês.

O Brasil sediará quatro grandes eventos (dois deles de caráter mundial) em um espaço de tempo de quatro anos. Copa das Confederações em 2013, Copa do Mundo em 2014, Copa América em 2015 e Olimpíadas em 2016. Mas o que dá impressão, é que a briga política entre as autoridades responsáveis é maior do que os esforços para que todas as competições aconteçam com sucesso.

Ricardo Teixeira; se destaca mais do que preparativos para a Copa no Brasil.

Ok, ainda existe a questão do legado dessas competições. Mas queremos o verdadeiro legado, diferente daquele que o Pan nos deixou: instalações mal utilizadas após o evento (velódromo, parque aquático, arena multiuso), não tão úteis para as Olimpíadas e com o Tribunal de Contas da União ainda avaliando os custos do evento.

Eu não sou contra a realização de grandes eventos como esses no país. Quero muito que o Brasil passe a ser visto como um país desenvolvido e que seja taxado dessa forma por sediar grandes eventos como esses que estão por vir. Sinceramente, acho que todos os responsáveis darão um "jeitinho" para que tudo seja realizado de forma digna. Mas torço que esse "jeitinho" não seja o uso de verba pública para construção de estádios, algo que muitos já estavam prevendo há muito tempo.

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